O Ministério da Saúde Adverte: esse post não tem a intenção de traumatizar ninguém!
Conversando com uma velha uma amiga essa semana, chegamos a conclusão de algo que sempre pensei mas nunca comentei com ninguém.
Praia não é confortável!
Tipo assim é gostoso estar com amigos sair da rotina, mas se a gente levar a fundo mesmo tudo que a gente passa e não está nem aí, é meio desgastante até.
Imagina só:, areia que entrar em tudo que é lugar o seu corpo, água salgada que deixa pele grudenta e ao mesmo tempo pegajosa, a gente sai do mar muitas vezes não lava as mãos e vai comer. Comer! Outro desafio, se em casa cai um pedacinho de qualquer coisa no chão a gente com nojo vai lá e joga no lixo, que dizer da praia? Onde o pessoal “cozinha”, descalço, na maioria das vezes sem luvas e touca, e sabe-se lá de onde vem a comida e a quanto tempo ela está lá (aí a gente vê pelo casos de intoxicação alimentar). E a hora do banho? Quando se é o primeiro, segundo a usar o chuveiro talvez ainda de tempo de usar o banheiro com dignidade, mas se demorar muito e for um dos últimos você pega o banheiro completamente alagado com sabonete cheio de areia e um sutiã pendurado na torneira. Praia o único lugar em que a única coisa que você não empresta é a escova de dentes e o marido/esposa! Do resto….
Mas quem liga né? Quem pensa nisso, quando as pessoas que estão com a gente e o lugar são maravilhosos? Não eu!
E eu faço tudo outra vez!
Quem aí se lembra desse texto? A primeira vez que eu li, rachei de rir…
Verão também é sinônimo de pouca roupa e muito chifre, pouca cintura e muita gordura, pouco trabalho e muita micose.
Verão é picolé de Kisuco no palito reciclado, é milho cozido na água da torneira, é coco verde aberto pra comer a gosminha branca.
Verão é prisão de ventre de uma semana e pé inchado que não entra no tênis.
Mas o principal ponto do verão é…. a praia!
Ah, como é bela a praia.
Os cachorros fazem cocô e as crianças pegam pra fazer coleção.
Os casais jogam frescobol e acertam a bolinha na cabeça das véias.
Os jovens de jet ski atropelam os surfistas, que por sua vez, miram a prancha pra abrir a cabeça dos banhistas.
O melhor programa pra quem vai à praia é chegar bem cedo, antes do sorveteiro, quando o sol ainda está fraco e as famílias estão chegando.
Muito bonito ver aquelas pessoas carregando vinte cadeiras, três geladeiras de isopor, cinco guarda-sóis, raquete, frango, farofa, toalha, bola, balde, chapéu e prancha, acreditando que estão de férias.
Em menos de cinqüenta minutos, todos já estão instalados, besuntados e prontos pra enterrar a avó na areia.
E as crianças? Ah, que gracinhas!
Os bebês chorando de desidratação, as crianças pequenas se socando por uma conchinha do mar, os adolescentes ouvindo walkman enquanto dormem.
As mulheres também têm muita diversão na praia, como buscar o filho afogado e caminhar vinte quilômetros pra encontrar o outro pé do chinelo.
Já os homens ficam com as tarefas mais chatas, como perfurar o poço pra fincar o cabo do guarda-sol.
É mais fácil achar petróleo do que conseguir fazer o guarda-sol ficar
em pé.
Mas tudo isso não conta, diante da alegria, da felicidade, da maravilha que é entrar no mar!
Aquela água tão cristalina, que dá pra ver os cardumes de latinha de cerveja no fundo.
Aquela sensação de boiar na salmoura como um pepino
em conserva.
Depois de um belo banho de mar, vem aquela vontade de fritar na chapa.
A gente abre a esteira velha, com o cheiro de velório de bode, bota o chapéu, os óculos escuros e puxa um ronco bacaninha.
Isso é paz, isso é amor, isso é o absurdo do calor!!!!!
Mas, claro, tudo tem seu lado bom.
E à noite o sol vai embora.
Todo mundo volta pra casa tostado e vermelho como mortadela, toma banho e deixa o sabonete cheio de areia pro próximo.
O Shampoo acaba e a gente acaba lavando a cabeça com qualquer coisa, desde creme de barbear até desinfetante de privada.
As toalhas, com aquele cheirinho de mofo que só a casa da praia oferece.
Aí, uma bela macarronada pra entupir o bucho e uma dormidinha na rede pra adquirir um bom torcicolo e ralar as costas queimadas.
O dia termina com uma boa rodada de tranca e uma briga em família.
Todo mundo vai dormir bêbado e emburrado, babando na fronha e torcendo, pra que na manhã seguinte, faça aquele sol e todo mundo possa se encontrar no mesmo inferno tropical.
Qualquer semelhança com a vida real, é uma mera coincidência.
Luís Fernando Verissimo…